segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Cinema – EU VI ANTES QUE VOCÊ!



Away we go - Vi aqui mesmo na faculdade, num tipo de clube de cinema que passa às vezes lançamentos e filmes menores e interessantes. Essa é uma produção independente totalmente indie, do tipo "Juno" e "Garden State" (“Hora de voltar” em português) e “Pequena miss Sunshine”: Edição meio rude, elenco sem ultra-estrelas de Hollywood, trilha sonora meio folk, do tipo “violão-e-voz", texto muito inteligente cheio de situações e personagens bizarros, humor inusitado e quase negro – enfim, bem ao meu gosto.
Surpreendentemente o filme é dirigido por Sam Mendes - o cara que fez "Beleza Americana", "Foi apenas um Sonho" e "Estrada para a perdição"! Definitivamente não é a cara dele, acho que ele quis relaxar um pouco de produções grandes - e funcionou! A história é sobre um casal, Verona (ela faz o “Saturday Night Live”) e Burt (John Krasinski, o Jim da série “The Office"). Grávidos pela primeira vez, eles decidem viajar e encontrar um lugar melhor para criarem seu filho e viverem – enfim, “fazerem a vida”. Pelo caminho, eles vão encontrando parentes e amigos um tanto quanto estranhos, com os mais variados estilos de vida – e todos refletem de alguma forma diferentes formas de paternidade, maternidade e crescimento.
Enfim, o elenco ainda conta com participações muito boas: Catherine O'Hara, Allison Janney, Jeff Daniel, Maggie Gyllenhaal e Melanie Lynskey (a Rose do “Two and a half Men”). É um tipo de indie road movie muito legal.

NÃO TEM DATA DE ESTRÉIA NO BRASIL AINDA, só lamento...

sábado, 29 de agosto de 2009

roomate = DANE COOK!

Isso mesmo!! Dane Cook !! Meu colega de quarto, Dayne, é parecido com o ator e comediante Dane Cook (ele fez "Amigos, amigos; mulheres à parte", “A mulher do meu irmão”, e outras comédias muito boas). Não fisicamente, mas a maneira de falar, as piadas, o jeito meio "garanhão” de ser, enfim, é idêntico.
Mas isso não apareceu logo de cara – na verdade foi ontem que isso me ocorreu. Eu tinha acabado de chegar no quarto e ele estava com a namorada, conversando e terminado de arrumar a TV que ele trouxe. Daí ele me falou que eu poderia usar quando quisesse, me ensinou como se usa (e pelo visto ele deveria achar que eu nunca tinha usado uma TV antes), blábláblá.... e me mostrou um de seus DVDs favoritos (a TV é uma de tela plana que vem com um aparelho de DVD embutido - muito legal!): O stand up comedy que o Dane Cook fez no Madison Square Garden. Mais tarde nós fomos assistir e tudo fez sentido para mim: O Dayne sabe de cor quase todo o show!

Aí vai um desse DVD (que já foi devidamente copiado por este que vos escreve) para vocês terem uma noção do que eu estou falandO:

http://www.youtube.com/watch?v=_7tpBEXgxTA

Aulas

Tive uma puta sorte: consegui todas as aulas que eu queria. Ontem foi o último dia para ajustar o horário desse semestre, e acho que quase todo mundo conseguiu as classe que tinham em mente. Aqui tudo é feito online, e você precisa entrar no site e se inscrever na matéria. Caso a classe esteja lotada, você fica na lista de espera até que surja uma vaga, pois na primeira semana as aulas são introdutórias, e servem para o pessoal ver se realmente querem a matéria.

American Literature II: Literatura norte-americana dos anos 60 até os dias de hoje. Professora muito legal, não cheguei nem a ficar na lista de espera. Nas classes nós lemos contos e os discutimos, levando em conta o contexto sócio-cultural, na literatura, etc. Fiquei com um pouco de inveja da Clara e do Teucle, pois eles pegaram um matéria de literatura que vai falar SÓ de ficção-científica (!!!), mas já estou curtindo muito as aulas – vou ler Jack Kerouac e Allen Ginsberg (beatniks do meu coração! só faltou o bom e bêbado Bukowski), Thomas Pyntchon e Toni Morrison!

Advanced Creative Writing: Fiquei com medo dessa matéria por ela ser do mestrado, mas esse curso “avançado de escrita criativa” é um workshop para escritores, basicamente. Estava na lista de espera, mas a professora (um amor) logo me deixou entrar. Não terá lista de presença, nem provas, pois ela presume que os alunos - ou melhor, escritores – estão lá porque querem e vão escrever. É uma sala pequena, para poucos alunos. Todos sentam envolta de uma enorme mesa e discutem textos, tanto de autores famosos quanto da gente mesmo. Do caralho...

Intermediate Spanish II: espanhol. A classe mais parecida com as do Brasil - exceto que os livros são muito caros e tem até um que é online! É a mais chatinha também. O povo da classe até que sabe bastante espanhol, mas o sotaque é terrível, hhehheheeh!! Tadinhos dos gringos donos do mundo...

Minorities & Movies: A MINHA MENINA DOS OLHOS. Cheguei a ficar até de fora da lista espera, mas mesmo assim fui assistir a primeira aula. O professor...hum... imaginem o Rick Moranis velho, com o (pouco) cabelo de lado, usando calças centro-peito com suspensórios! Um velhinho muito fofo, mas bem metódico – foi um milagre cinematográfico eu ter entrado na lista de espera e conseguir me inscrever na aula, pois ele não iria deixar ninguém mais entrar. A classe será basicamente discussões em torno de como o cinema retrata os grupos chamados de minorias: Negros, mulheres, homossexuais, deficientes físicos, latinos, etc - e como eles interagem com e fazem cinema. PER-FEI-TO.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Comida, religião & causos

A primeira grande diferença que eu percebi aqui foi o tamanho das porções e das bebidas: tudo é exageradamente enorme. Desde o tamanho dos hambúrgueres do Wendy's até os cookies que vêm de graça como acompanhamento, a menor porção que você pode pedir parece ser tamanho família, se comparado com os nossos padrões. Eu, claro, com medo de ter que pedir um assento duplo quando for voar de volta pro Brasil, peço tudo no tamanho pequeno (com o qual estou acostumado em terras bazucas), mas não adianta. Uma Coca pequena em qualquer rede de fast food é, sem brincadeira, maior que a Coca grande no MAcDonalds, por exemplo! E até as comidas que vem em porções, como a chinesa (outro prato típico dos gringos) e a mexicana são gigantescas, cheias de acompanhamentos... E a vida no dormitório também não é fácil: comida semi-pronta (geralmente macarrão e variações do tema) para se esquentar no microondas, salgadinhos e outros quitutes de máquinas. E os restaurantes dentro do campus são todos de fast food, mesmo os com opções mais light, como o Subway e comida chinesa.

Não é à toa que existem tantas pessoas acima do peso por aqui, é algo gritante nas ruas. Paradoxalmente, há muitas opções para vegetarianos, e a obsessão com o corpo perfeito e a aparência é algo fora do comum, especialmente entre o povo mais jovem.

Nessas primeiras semanas há muitas reuniões e organizações que oferecem comida de graça – pizza, hambúrgueres, sorvete, cookies, saladas, cachorro quente, chips, etc etc... Nós, como bons brasileiros, estamos indo em todos, heheheh!!! Na verdade essa é uma ótima estratégia para chamar os alunos para as orientações do começo de ano - são um saco, mas muito necessárias, especialmente para os alunos internacionais. Outras organizações dentro do campus fazem isso também para se apresentarem e chamarem novos integrantes - especialmente os grupos religiosos.

Desde o primeiro dia estamos indo sempre ao Centro Batista - tem sempre algum almoço, alguma janta, algum belisco de graça. O povo é super receptivo, bem humorado, Interessante e animado. Eu só estava esperando o dia em que eles começariam a falar de religião ou nos chamariam para algum “culto”, mas incrivelmente isso nunca ocorreu.

Até ontem.

Foi só eu comentar isso com o Teucle que, ontem, nós acabamos indo comer pizza de graça no meio de uma espécie de "reunião religiosa". Chegamos os dois (pessoas nem um pouco interessadas em religião), pegamos um belo pedaço e um copo de refri, conversamos com alguns camaradas, uma menina que conhecemos outro dia e que é mó religiosa (do tipo “não-pareço-religiosa-mas-quero-converter-o-mundo”).... e eis que começam as canções religiosas! No maior estilo "violão-gospel", com letra no telão e o povo com as mãos para o alto, louvando e cantando junto! E os dois lá, com cara de tacho...

Fomos embora super rápido. Estava me sentido mal por estar lá descaradamente pela comida enquanto os outros cantavam mó sérios. Acabamos encontrando outro local dando comida de graça – desta vez uma organização cristã. Entramos e já estávamos comendo quando a menina que estava toda animada no outro local surgiu do nada do nosso lado!

Fiquei com medo da onipresença da guria.

E ela me desembesta a falar de religião, de suas impressões e experiências. Agora me explica: porque todo ser muito religioso, quando vai conversar com pessoas novas, acaba entrando no assunto de religião e dando um sermão?! Teve uma hora que eu achei que a menina ia começar a chorar, tamanha a emoção dela ao dar seu testemunho (rolou até um "aleluia!"). Mas o lado interessante foi ver como o discurso dela é carregado de puritanismo, uma tendência desses grupos religiosos. Ainda não encontrei ninguém tão xiita quanto ela, mas o lado conservador (eu diria até ortodoxo) dos americanos é bem assim.

MacDonalds aqui é super barato; é também a rede mais "simprona" de lanches.

Dr. Pepper, o refrigerante, é horrível. Tem gosto de xarope para tosse.

Hambúrguer vegetariano (sem ser o de tofu ou o de carne de soja) é ótimo. Ele é feito de uma massa de legumes.

Só mais um causo culinário!: No sábado à noite meu colega de quarto, Dayne, chegou com um amigo dele, Pad, de uma festa (eu tinha ido em uma outra, de boas vindas aos brasileiros, na casa da Claire, que foi pra Rio Preto no primeiro semestre). Os dois chegam ultra chapados e resolvem fazer um macarrão instantâneo no microondas (que foi o Dayne que trouxe pro room). Só que o besta esqueceu de tirar o lacre de metal da bagaça... Resultado: Quando o Pad abriu o micro, a comida EXPLODIU na cara dele! Quando eu vi, ele tava jogado no chão, tampando o rosto com a mão. Olhei para o outro lado do quarto, pra cama do Dayne, e ele tava imóvel, com a maior cara de susto, lavado de lasanha - ele e toda a cama e o lado dele dormitório! No fim ninguém se machucou e a gente riu pra caralho... mas ainda tem algumas manchas de molho por aí....

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

5 dias, mas que parecem um mês já.

Já que quem voz fala é o Bonaldi, minha primeira vez em um avião não poderia ter sido mais bizarra: Um senhor morreu. De ataque cardíaco. O vôo passava pelos Andes quando ele simplesmente caiu no corredor, e então vieram as aeromoças chamando por um médico para tentar reanimá-lo. Claro que tudo foi feito sem chamar a atenção, mas foi em vão. Enfim.... torço para que isso não seja um mal sinal.

Já em Dallas mais uma surpresa: enquanto meus amigos passam direto para pegar o segundo vôo, sou levado para uma saída especial porque eles precisavam revistar minha mala. NÃO, EU NÃO ESTAVA LEVANDO NADA ILÍCITO: Foi só mais uma demonstração da pura burocracia que é entrar nos Estados Unidos - desde que o resultado da bolsa saiu, me sinto como um personagem kafkaniano numa eterna fila de processos e formulários.

Pisar num aeroporto internacional é a sensação mais bizarra do mundo, e só vai “piorando” à medida que você vai se dando conta de que você realmente está nos EUA, apesar de não parecer – eu ainda me pego assustado quando ouço as pessoas andando pelo corredor e falando em inglês. Um calor infernal, muito pior que em Rio Preto, pois aqui é muito úmido, tipo praia. Depois de uma típica refeição norte-americana – comida mexicana – fomos conhecer o campus e o dormitório.

ACREDITEM PESSOAS, os estereótipos que vemos nas séries e filmes são reais!

Tive muita sorte com meu colega de quarto. Ele é muito gente boa, do tipo meio "garanhão", que só pensa em festas - logo no primeiro dia ele me acordou às 3 da manhã para saber se eu queria fumar um com ele e umas amigas (loiras peitudas, sorridentes, gostosas e divertidas). Ainda bem que eu não fumo, não bebo e não curto esses tipos de coisas.... (só minto um pouco, como acrescentaria Tim Maia).

Deus do Céu, e que delay na hora de falar com as pessoas (o sotaque e o fato deles falarem muito rápido não ajudam muito também)! Parece que não vai passar nunca! Ainda bem que eu estou conseguindo me expressar direito...

A única coisa que me deixou chateado foi o fato da bolsa que nós recebemos não ter coberto toda a taxa de Moradia e Plano de Refeição – uma parte teve que sair de nossos bolsos e, além disso ter me deixado literalmente quebrado, me deixou com muita raiva. A gente também ainda não teve a assistência que tanto nos prometeram para conseguirmos um emprego. Tudo bem, a crise está fazendo todo mundo ter que arregaçar as mangas e as vagas estão concorridas, mas depois de terem nos enfiado uma lança como se o dinheiro dos nossos pais viesse da porra de uma árvore mágica (ELAS NÃO EXISTEM), isso era o mínimo que eu esperava.

Já estou pirando de ver como as coisas são fáceis e baratas de se comprar aqui! Fomos no Wall Mart e no Best Buy comprar coisas para os dormitórios e comida. Só os DVDs novos e diferentes que eu vi já me deixaram louco - e olha que nem são lojas especializadas nisso! Fora ter comprado um celular por U$5,00 que já veio com câmera, bluetooth e U$10,00 de crédito.... Esse é um item indispensável na vida dos americanos, é estranho não encontrar alguém aqui que não esteja em uma ligação ou mandando mensagens.

E não sei se é o efeito da endorfina ou do excitamento pela novidade de finalmente estar na terra do Tio Obama, mas as pessoas são muito bonitas e estilosas!

Ah, só joy!!