quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Aos meus 25 anos

Passo as últimas horas dos meus primeiros 24 anos sofrendo e reclamando das coisas de sempre, dos males do meu 1/4 de século.

Da minha ansiedade, que me faz trocar os pés pelas mãos, que me faz enfiar o nariz aonde não era chamado - e que já enfiou o que não era chamado no meu nariz, que enche meus pulmões de fumaça, que me faz verter (sim, "verter", pois sou ultrarromântico, no sentido mais brega e obsessivo da palavra) litros de qualquer coisa goela a baixo, tomar porres e porres homéricos e as melhores das piores decisões possíveis. Que transforma qualquer gota em um copo de água, depois em uma tempestade, e depois em um dilúvio, e depois eu preciso recriar o mundo.

Da minha carência, que me faz ver príncipes encantados em todas as esquinas - e em qual esquina não tem um boteco e um príncipe, que me faz acreditar e viver as mais lindas e traiçoeiras fantasias, que me faz chorar de ansiedade, que me deixa ansioso por chorar de verdade por alguém, que me faz sentir o pai de todas as aberrações por nunca ter namorado nesses anos todos ("Observem, respeitável público, enquanto o homem mais carente do mundo embarca em mais uma fantasia autodestrutiva de carência e autopiedade! Oh, o Horror, o Horror! Só R$2,50!). Minha necessidade de sumir do mundo ao mesmo tempo que tento chamar atenção até dos mortos, e eu espero que você aí - é, você mesmo, sabe quem é - não se assuste e suma ou me queira morto ao ler isso. Por que eu voltaria.

Do meu coração, esse nariz de pugilista, cansado, deformado e arrebentado, vertendo (aí, não falei?) sangue ao final da luta, se contentando com uma cerveja barata e uma puta de bar.

Da minha insegurança, que junto com tudo isso me faz ter as melhores ideias imagináveis - para então perdê-las pela janela do ônibus, em folhas jogadas pela escrivaninha, em guardanapos rabiscados, e até em mensagens que um dia enviei para alguém achando que era meu outro número. Sou desses.

Sou desses, e sempre fui. Por isso, é com um sorriso amargo que celebro essa data querida - sim, com muitas felicidades, mas é óbvio que eu jamais iria agradecer pela minha família e meus amigos, esses portos seguros que me fazem seguir em frente. Também sou desses que não sabem lidar com as boas emoções.

E aí cito o que uma amiga já tuitou: "eu queria pelo menos ter uma pequena previsão de quando eu vou parar de fazer bosta".

Enquanto isso, vou ao posto neste exato momento, que eu mereço uma Heinecken. Cheers, cheers for fears, cheers in heaven!

Um comentário:

Jullia A. disse...

Bonis, seu lindo. Voce nao esta sozinho. s'o te falo isso. Teu barco nao 'e uma canoa, 'e um navio.